segunda-feira, 29 de dezembro de 2008

PAIS ADOTIVOS DEVOLVEM CRIANÇAS AOS ABRIGOS

Notícia do jornal “O Estado de São Paulo” de 27/12/2008 à pág. A10 diz que “por mais que não haja estatísticas oficiais, acontece com freqüência maior do que se imagina” a devolução de crianças durante o processo de adoção e até após a adoção ser efetivada, quando, em tese, seria irrevogável. Todos os casos relatados são de crianças com idades superiores a 5 anos. Especialistas no assunto, citados pelo jornal, atribuem o fenômeno ao despreparo emocional dos pais adotivos que esperam filhos dóceis e profundamente agradecidos e recebem crianças que exigem mais do que eles podem dar.

Na realidade, os pais adotivos também são vítimas de um processo que ignora os fundamentos mais elementares de nossa natureza. O filhote da espécie humana é, dentre todos os animais, o que mais demanda cuidados para sobreviver. O amor dos pais pelos filhos é uma necessidade instintiva da espécie humana. E o que caracteriza esse amor? Muito dar e pouco receber. O bebê não fala, não ri, mal se mexe e tem que ser alimentado e protegido, exaustivamente, dia e noite. A criança demanda cuidados enormes que considera obrigação dos pais e, nem ao menos, se sente grata pela dedicação que recebe. O adolescente é rebelde e vê os pais como uns perfeitos idiotas, o que é normal, pois faz parte do processo de construção de sua identidade. Em troca, os pais recebem um sentimento de felicidade, instintivo, quase inexplicável. Em que momento nasce e se desenvolve esse amor, sem o qual é quase impossível criar um filho? Não é no momento da concepção, nem na gestação, pois, se fosse, os bebês trocados na maternidade não seriam amados. Esse amor se constrói pela criação, desde o primeiro momento: a partir do instante em que um bebê nasce ou é adotado começa a se formar o amor dos pais, amor que já estará consolidado quando a criança estiver na idade de fazer maiores traquinagens ou ingratidões. Sem esse amor, tais atitudes serão insuportáveis.

Alguns juízes da infância e juventude têm por norma fazer o possível para que a criança fique com os pais biológicos, ou apenas com a mãe se o pai se escafedeu, como se o parentesco biológico tivesse um valor intrínseco pelo qual vale a pena sacrificar a criança. Quando, finalmente, desiste, vários anos se passaram e ela já está muito grande e traumatizada para conseguir uma adoção de qualidade.

Em nenhum momento, o artigo falou do amor como elemento essencial para criação dos filhos, a palavra “amor” nem aparece. Enquanto a questão da adoção não for repensada à luz da psicologia evolucionista, respeitando os sentimentos naturais da espécie humana, muitas crianças serão devolvidas aos abrigos ou, então, condenadas a viver numa família unida pela irrevogabilidade da sentença judicial de adoção e não pelo vínculo do amor.

― 025 ―

segunda-feira, 22 de dezembro de 2008

FELIZ NATAL...

e próspero Ano Novo é o que desejo para meus leitores e, com especial carinho, para os comentaristas deste blog.

Nos festejos que comemoram o nascimento de Jesus, o que um blog dedicado ao evolucionismo agnóstico poderia dizer? Cristo pregou a escolha do Bem, sem negar a existência do Mal. O darwinismo reconhece que a natureza humana nos faz egoístas e generosos, violentos e doces, adversários e aliados do sexo oposto e nos dá uma importante ferramenta para a escolha do Bem: o conhecimento das artimanhas de nossa natureza animal. É o que pretendo difundir.

― 024 ―

quinta-feira, 18 de dezembro de 2008

AUTO-ENGANO

Para compensar nossa inteligência sofisticada capaz de eleger prioridades diferentes da simples sobrevivência e reprodução, a natureza humana criou o AUTO-ENGANO, isto é, a facilidade de nos enganarmos para comer ou procriar mais: “Vou abrir este pacote de biscoitos, mas vou comer só um” ou ”Esqueceu a camisinha? Não tem problema, acho que não estou no período fértil”.

O auto-engano do momento é identificar saudável com poucas calorias. Basta o alimento trazer o rótulo de “orgânico”, “sem gorduras trans” ou “light” para pessoa se fartar, considerando que tem menos calorias do que realmente tem. A pizza da foto, por exemplo, tem massa grossa, é calórica, mas sua cobertura saudável nos deixa à vontade para comer e repetir. Como os americanos são craques no cálculo de calorias, o New York Times fez uma brincadeira, apresentou uma refeição de 934 calorias para 20 pessoas. Em média, elas estimaram que tinha 1.011 calorias, 77 a mais. Para um grupo semelhante de avaliadores, apresentaram a mesma refeição acrescida de um biscoito de 100 calorias com "sem gordura trans" estampado em destaque no rótulo. A refeição ficou com 1034 calorias, mas as pessoas estimaram em 835, 199 a menos do que a quantia correta e menos 176 do que antes da inclusão dos biscoitos saudáveis. Para maiores detalhes leia:

http://www.nytimes.com/2008/12/02/science/02tier.html?_r=1&ref=health

― 023 ―

sexta-feira, 5 de dezembro de 2008

A FELICIDADE É ALTAMENTE CONTAGIOSA

A felicidade do amigo do amigo do amigo aumenta sua felicidade. Não basta ter notícias dele, mesmo sem conversarem, você precisa vê-lo para se influenciar. No entanto, o contato social ou de trabalho com pessoas felizes, mas sem vínculo afetivo, não tem o mesmo efeito. E a tristeza é menos contagiosa. Você não será contaminado pela tristeza do amigo do amigo de seu amigo se o vir. A seleção natural, ao que parece, nos fez mais receptivos ao bom-humor. É o que noticia o New York Times de hoje sobre um estudo do Dr. Nicholas A. Christakis da Harvard Medical School. Para maiores detalhes leia:
http://www.nytimes.com/2008/12/05/health/05happy-web.html?_r=1&ref=health

― 022 ―