sábado, 19 de fevereiro de 2011

FUI À PRAIA DE TÁXI

O dia de hoje amanheceu bonito e minha mulher e eu fomos à praia em Ipanema. Pegamos um táxi para evitar a preocupação de estacionar. O simpático taxista contou-nos que fora visitar uma irmã em Portugal e ficara muito bem impressionado. Ainda não tínhamos percorrido cem metros quando ele atravessou um sinal vermelho. Era sinal de pedestre, sem cruzamento de rua, desses que, aqui no Rio de Janeiro, “ninguém” respeita. Discorreu sobre as belezas portuguesas e contou que, lá, as faixas de pedestre nem precisam de sinal porque quando alguém faz menção de atravessar, o motorista para imediatamente. Parecia nem se lembrar de que, há dez minutos, desrespeitara uma passagem de pedestre. É óbvio que ele não pensou “os portugueses dão valor a vida humana, mas eu a ponho em risco só para economizar uns segundinhos”. Certamente identificou-se com os portugueses em oposição aos maus motoristas brasileiros. É um exemplo de autoengano.

Autoengano é o mecanismo psicológico, característico do ser humano, que faz o cidadão comum achar-se melhor do que realmente é e os maiores calhordas acreditarem-se descentes. Você acha que o político que, por ação ou omissão, desvia dinheiro público para o caixa-dois de campanha do partido olha no espelho e se reconhece “que ladrão f.d.p. eu sou!”? Não. Ele acredita que, mais do que ninguém, quer o bem do povo. Que se faz o que faz para eleger a si e aos companheiros é justamente para poder ajudar os mais pobres.

Mais um pouco sobre autoengano extraído das páginas 61 e 62 do livro que inspira este blog:

...a compreensão equivocada da realidade que nos leva a acreditar naquilo que queremos que os outros acreditem chama-se ‘autoengano’. É uma arma inconsciente de sedução – muito usada pelos apaixonados – que tem a força de convencimento da inocência.

O homem apaixonado quer se casar porque sua natureza sabe que é isso que a mulher deseja. Ele promete casamento com sinceridade, mas depois de algum tempo de relacionamento íntimo vem a dúvida: investir ou não na criação de uma família? Quando a natureza masculina opta por “não investir”, a paixão do homem extingue-se naturalmente. Não se trata de uma decisão maquiavélica: “Agora que já satisfiz meu desejo, vou embora, quero que ela se dane.” Não! Seu pensamento é até sensato: “Eu não amo essa mulher. Não vou me casar com ela só porque fomos para a cama.”

Da mesma forma, a mulher enamorada jura fidelidade acreditando piamente naquilo que atende à expectativa do homem. Mas, depois de algum tempo de casada, sente-se atraída por outros homens porque sua natureza busca gerar filhos com variedade genética. Querendo ceder à tentação, ela não pensa: “Agora que esse otário casou comigo vou lhe colocar um belo par de chifres.” Não! Pensa algo razoável como: “Depois que a gente se casou ele não liga mais para mim e o fulano é tão atencioso...”

Não me entenda mal, muitos homens querem se casar e muitas mulheres são fiéis. O que apontei como autoengano típico dos apaixonados é aquela convicção apressada que, logo no início do relacionamento, faz o homem imaginar-se pronto para o casamento e a mulher imune às tentações...

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sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011

QUEM É MAIS ROMÂNTICO, ELE OU ELA?

O site de encontros Harmony consultou seus clientes sobre as qualidades mais desejadas nos parceiros que procuram. Nas quase 720.000 respostas recebidas uma surpresa: a 7a qualidade mais citada pelos homens foi as parceiras se apaixonarem, mas, dentre as mulheres, a paixão ficou fora das "10 mais" substituída por valores pragmáticos como “financeiramente responsável e comprometido com a família”.

As mulheres procuram por homens apaixonados em livros e filmes, mas, nos sites de relacionamento, preferem os financeiramente responsáveis e comprometidos com a família. Ou seja, no mundo real, romantismo é coisa de homem.


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