segunda-feira, 31 de março de 2008

Endorfina por trás da ‘onda’ dos corredores¹

© Dash / Dreamstime.com
“... (essa ‘onda’ é uma) sensação de euforia e êxtase obtida após uma intensa sessão de exercício físico... Para os cientistas a ‘onda’ dos corredores é, na verdade, o resultado de uma série de efeitos químicos atuando no corpo, entre eles a endorfina, considerada o ópio do cérebro... No trabalho, foram examinados os cérebros dos corredores antes e depois do exercício... Os resultados comprovaram que, de fato, a endorfina se acumula no cérebro após o exercício, estabelecendo-se justamente na área responsável pelas emoções.”
Quer uma aplicação prática disso? "Nossa natureza nos fez preguiçosos, por isso é realmente difícil começar a fazer exercícios. Porém, como já disse, o próprio exercício estimula a produção da endorfina que o torna prazeroso. Busque motivação para sair da inércia. Por exemplo, entre para uma boa academia, contrate um treinador que vá a seu encontro ou combine praticar esportes com amigos. Conhece aquele ditado ‘comer e coçar é só começar’? Pois bem, vamos reescrevê-lo: ‘Fazer exercícios, comer e coçar é só começar.’”²

1. Jornal “O Globo” de 30/03/2008, seção Ciência/Saúde, página 44.
2. Transcrito do livro “Dá trabalho ser feliz, mas vale a pena”

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segunda-feira, 24 de março de 2008

QUEM DÁ PRESENTES É MAIS FELIZ

© Eefee / Dreamstime.com
É o título da notícia¹ sobre um estudo conduzido por cientistas canadenses e norte-americanos que concluiu que “Estatisticamente, salários melhores foram relacionados com pequenos ganhos de felicidade. Gastar mais dinheiro em benefício próprio, não (contribui significativamente para nossa felicidade), mas gastar com presentes e doações, sim. E muito.” O resultado do estudo não surpreende, pois o exercício das virtudes — no caso, a generosidade — é sabidamente um grande promotor de felicidade. Esse é o tema exclusivo da terceira parte de “Dá trabalho ser feliz, mas vale a pena”. Em seus termos evolucionistas, o livro afirma que “A função da felicidade na natureza humana é a mesma do prazer: perpetuar a espécie. A diferença é que a felicidade premia investimentos de longo prazo como o exercício do amor e das virtudes, enquanto o prazer recompensa atos imediatos como comer e fazer sexo”.

1. Folha de São Paulo, 21/3/08, pág. A17.

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O FILME JUNO MEXE COM A GENTE...

Divulgação
porque explora o imenso conflito de interesses entre o indivíduo moderno que deseja liberdade e sua natureza animal que, acima de tudo, quer preservar a espécie. E ainda cutuca nosso preconceito social. Os instintos mais fortes de quaisquer seres vivos são os de sobrevivência e reprodução. Na espécie humana eles dão origem a variadas e complexas emoções que, em última instância, nos fazem desejar alimento e sexo e repudiar tudo que coloque a vida em risco. Juno engravida de um colega de escola, como resultado do clássico encontro da liberdade individual dos adolescentes com o interesse reprodutivo de suas naturezas. O aborto é legal no país. Juno vai a uma ONG que faz abortos, pois esta lhe parece ser a solução mais rápida e prática. Porém, defronta-se com o conflito entre seu interesse particular e o instinto animal de preservação da vida (e instintos produzem sentimentos). Enquanto aguarda na sala de espera da ONG, Juno se lembra de que uma colega lhe disse que fetos têm unhas, o que a faz considerá-lo uma “pessoinha”. Perturbada, desiste do aborto, resolve assumir a gravidez e doar o bebê em adoção. A família apóia sua decisão. Na platéia, muitos brasileiros acostumados a encarar com naturalidade quando adolescentes pobres dão seus filhos em adoção, se chocam quando a mocinha de classe média decide fazê-lo. Juno encontra um excelente casal para adoção: bonito, simpático e com boa situação financeira... É um enredo surpreendente, mereceu o Oscar. Para quem tem o livro “Dá trabalho ser feliz”, sugiro reler o capítulo “A construção do amor” para entender melhor o que se passou com o casal. Comente: Ainda que tardia para produzir o efeito positivo relatado na página 54, a decisão final da mulher do casal, na sua opinião, foi acertada? E a de Juno, foi?

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MULHERES MAIS VELHAS QUE SEUS HOMENS

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Um leitor me perguntou como se explicaria o aumento do número de casamentos entre mulheres mais velhas e homens mais novos. Penso que esse fenômeno se deva à crescente entrada das mulheres no mercado de trabalho. Antes, elas queriam se casar assim que terminavam os estudos e agora preferem esperar por um momento profissionalmente mais propício. Algumas não se casam ou não conseguem conservar a união e, quando mais velhas, se dispõem a fazê-lo com jovens socialmente inferiores. Porem, como a razão natural da atração entre os sexos é a reprodução, homens no auge de suas capacidades reprodutivas não costumam se enamorar por mulheres além da idade fértil. As notícias nos informam que essas mulheres ganham, em média, quatro vezes mais do que seus jovens maridos. É um casamento de mútua conveniência, ela consegue sexo e companhia, sem precisar doar-se tanto quanto um homem à sua altura exigiria e ele ganha uma vida material mais confortável. Resta saber o quanto são satisfatórios esses casamentos que contrariam uma regra básica da natureza. Quem leu meu livro sabe que é possível contrariar regras da natureza sem pagar um custo emocional muito alto, mas não é fácil. Dá trabalho ser feliz.

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