segunda-feira, 24 de março de 2008

O FILME JUNO MEXE COM A GENTE...

Divulgação
porque explora o imenso conflito de interesses entre o indivíduo moderno que deseja liberdade e sua natureza animal que, acima de tudo, quer preservar a espécie. E ainda cutuca nosso preconceito social. Os instintos mais fortes de quaisquer seres vivos são os de sobrevivência e reprodução. Na espécie humana eles dão origem a variadas e complexas emoções que, em última instância, nos fazem desejar alimento e sexo e repudiar tudo que coloque a vida em risco. Juno engravida de um colega de escola, como resultado do clássico encontro da liberdade individual dos adolescentes com o interesse reprodutivo de suas naturezas. O aborto é legal no país. Juno vai a uma ONG que faz abortos, pois esta lhe parece ser a solução mais rápida e prática. Porém, defronta-se com o conflito entre seu interesse particular e o instinto animal de preservação da vida (e instintos produzem sentimentos). Enquanto aguarda na sala de espera da ONG, Juno se lembra de que uma colega lhe disse que fetos têm unhas, o que a faz considerá-lo uma “pessoinha”. Perturbada, desiste do aborto, resolve assumir a gravidez e doar o bebê em adoção. A família apóia sua decisão. Na platéia, muitos brasileiros acostumados a encarar com naturalidade quando adolescentes pobres dão seus filhos em adoção, se chocam quando a mocinha de classe média decide fazê-lo. Juno encontra um excelente casal para adoção: bonito, simpático e com boa situação financeira... É um enredo surpreendente, mereceu o Oscar. Para quem tem o livro “Dá trabalho ser feliz”, sugiro reler o capítulo “A construção do amor” para entender melhor o que se passou com o casal. Comente: Ainda que tardia para produzir o efeito positivo relatado na página 54, a decisão final da mulher do casal, na sua opinião, foi acertada? E a de Juno, foi?

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