terça-feira, 19 de novembro de 2013

SEXO CASUAL NÃO COMPENSA PARA ELAS

Sob o título acima, o jornal O Globo do último domingo noticiou (pag. 47) pesquisa de universidades americanas mostrando que 75% das mulheres chegam ao orgasmo quando existe compromisso e apenas 40% (contra 80% dos homens) quando o encontro é casual. O que só vem corroborar minha tese de que o “ficar” não é bom para a mulher.

Porém, muita gente prefere crer em ideais a aceitar os limites que a natureza nos impõe. O que explicaria porque o comunismo, uma organização social própria de abelhas e formigas, e não da natureza humana, teve tantos simpatizantes.

A natureza feminina é diferente da masculina, sobretudo, a reprodutiva. Quando a natureza humana foi forjada, muito antes do advento da civilização, todo o encargo dos filhos gerados por sexo casual recaía sobre a mulher (atualmente, a maior parte ainda recai). Portanto, para o homem, constituir família tinha a vantagem de aumentar a probabilidade de sobrevivência dos filhos, enquanto o “sexo sem compromisso” tinha a vantagem de gerar filhos que não demandavam investimento. Para a mulher o “sexo sem compromisso” só tinha desvantagens.

Essa desigualdade se expressa nos sentimentos de cada gênero: para o homem, o simples fato de conseguir levar a mulher para a cama já é uma vitória, enquanto que para a mulher, o sexo seguido de indiferença ou rejeição é uma derrota.

Foi o ideal de igualdade entre os sexos que fez com que as mulheres considerassem o “sexo sem compromisso” uma conquista. Amarga ilusão!


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sexta-feira, 30 de agosto de 2013

"DIET" E “ZERO” ENGORDAM?

Indiretamente, sim.

Quando ingere menos calorias do que necessita, o organismo consome reservas de gordura e a pessoa emagrece. Todavia, recomenda-se não cair na tentação de comer um biscoitinho para mitigar a fome, pois o sabor dos carboidratos (massas e doces) dispara a produção de insulina.

Além de metabolizar glicose, a insulina interrompe o consumo das reservas corporais de gordura ao sinalizar que calorias de rápida absorção estão sendo ingeridas.

O mecanismo funciona assim:
  • O carboidrato de um simples biscoitinho comunica ao organismo o início de uma refeição calórica (o aparelho digestivo não sabe que vem só um biscoitinho)
  • O pâncreas produz insulina que consome glicose, consome mais do que o biscoitinho produz;
  • A insulina impede a queima de gorduras que poderia repor a glicose consumida;
  • Cai a taxa de glicose no sangue;
  • A pessoa sente (mais) fome para ingerir calorias e restaurar o nível normal de glicose;
  • Com (mais) fome, provavelmente, comerá e engordará.

O que eu fiquei sabendo na edição de setembro da Scientific American (pag. 26, nota nº 3) é que os adoçantes artificiais enganam o organismo a ponto de disparar o mecanismo de produção de insulina.

Portanto, enquanto pensa tapear a fome com produtos “diet” ou “zero” você, na realidade, põe mais lenha na fogueira do apetite. E, se não conseguir resistir a todo esse apetite, engordará.

Foto: © Sarah2 | Dreamstime.com
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quarta-feira, 31 de julho de 2013

ATÉ PARECE QUE O PAPA LÊ MEU BLOG!

Historicamente, o casamento tinha o objetivo precípuo de criar filhos.

Por falta de terminologia específica, outras uniões também são denominadas casamento (coloquialmente e legalmente). No entanto, no sentido tradicional estrito, a relação de casais que não querem filhos ou que ainda não sabem se os querem não seria casamento, por mais amor e compromisso que haja.

Ter ou não filhos é questão que a mulher costuma deixar para depois dos 30 anos de idade e o homem, para mais tarde ainda. O que nos leva a crer que a maioria dos jovens não se une com o objetivo de ter filhos.

Perguntado sobre o divórcio, o Papa Francisco, citando a opinião de um cardeal, respondeu: “... a metade dos matrimônios é nula porque as pessoas se casam sem maturidade ou porque socialmente devem se casar. A questão da anulação do casamento deve ser revisada.” (1)

O que se vislumbra nessa resposta é que, de alguma forma ainda a ser definida, a Igreja Católica pretende resgatar o sentido original do casamento, como expus acima (e propusera em 2009(2)). Em decorrência, a união sacramental dos casais que se separam sem filhos seria anulada pela Igreja porque o casamento não teria se consumado. O católico assim divorciado estaria livre para futuro casamento religioso. Todavia, seguindo na mesma linha de raciocínio, nada mudaria para os casais com filhos.

(1) Jornal O Globo, edição de ontem, página 8.
Ilustração: © Daniel Ghioldi | Dreamstime.com

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sábado, 29 de junho de 2013

DILMA NÃO ENTENDE AS MANIFESTAÇÕES

O ex-presidente Lula não via, ou fingia não ver, os desvios cometidos em seu governo.  Por sua vez, a presidente Dilma não entende, ou finge não entender, as manifestações de rua.

Em maio do ano passado, comentei que “o progresso tecnológico, socialmente, está nos convidando a regredir para o aldeamento.” (http://datrabalhoserfeliz.blogspot.com.br/2012/05/aldeias-virtuais.html) O que alertei especificamente quanto às liberdades individuais, manifesta-se agora quanto à licenciosidade governamental.

Nas aldeias os costumes são menos liberais do que nas cidades grandes porque ninguém quer se arriscar a cair na boca do povo: comerciante com fama de desonesto não faz mais negócio, moça falada não arranja marido e assim por diante. As mídias sociais vieram possibilitar que pessoas apartadas pelo gigantismo dos conglomerados humanos conversem e fofoquem como se fossem vizinhos de porta.

Em resumo, as manifestações de rua atuais acontecem porque o comportamento do governo brasileiro caiu na boca do povo. Quando partidos de oposição e a imprensa apontam os malfeitos do governo, as pessoas fazem piada, comentam, mas não se envolvem, pois é briga de cachorro grande. Mas o que cai nas mídias sociais é conversa entre amigos, entre iguais, causa indignação.

São muitas reclamações, mas o sentimento comum é o de que os políticos se interessem mais pelo jogo de poder do que pelo bem estar do povo, por isso os manifestantes impediram a adesão dos partidos ao movimento. A reforma política pode ser necessária, mas não é o que está sendo reivindicado.

No Brasil, o problema de representatividade não está no governo, que é legítimo e foi democraticamente eleito, está nas organizações civis.  Sindicatos, uniões de estudantes, ONG, etc. deveriam ser oposicionistas, pois têm a função de se opor à situação sempre que seus representados se sintam desatendidos. E foram oposicionistas até que os últimos governos os cooptaram com verbas públicas. Não é preciso ser analista político para por em dúvida a autonomia de órgãos de representação de classe que dependam de dinheiro público para subsistir.

Sem meios institucionais para reclamar organizadamente do governo, restou à insatisfação popular o boca-a-boca (nas redes sociais) que cresceu até extravasar para as ruas como ocorria nas aldeias primitivas.

O movimento pode vir a se esvaziar pelo cansaço. Mas se tal não ocorrer, não haverá como atender a tantas e tão variadas demandas no curto prazo. Talvez, a melhor resposta da classe política ao movimento seja demonstrar de forma inequívoca a disposição de se sacrificar pelo povo. Por exemplo, se a presidente Dilma reduzisse à metade seu ministério, a população reconheceria imediatamente seu sacrifício político pelo bem do povo, ao contrário do que aconteceu quando ela propôs um plebiscito para... fazer uma Constituinte para... mudar a Constituição para... reformar o sistema político para... um dia, se der tudo certo, haver melhora.

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sexta-feira, 31 de maio de 2013

TER OU NÃO TER, EIS A QUESTÃO

A Revista Veja desta semana destaca em reportagem de capa as mulheres que dizem não à maternidade, o que denomina de uma revolução que está mudando a cara do Brasil e do mundo. Inclui depoimentos de mulheres com notório sucesso profissional que não relatam qualquer dúvida ou desconforto com a opção de não ter filhos, somente a incompreensão alheia as apoquenta.

A ciência nos diz que o prazer é um estímulo biológico aos atos imediatos de preservação da espécie, não é por acaso que se alimentar e fazer sexo são prazerosos. No livro que da nome ao blog levantei a hipótese de que a felicidade pudesse ser um estímulo para atos de preservação da espécie de mais longo prazo, não seria por acaso que filhos, que dão trabalho, preocupação e despesas, sejam apontados pelos pais como fontes de felicidade.

Ficam as perguntas: A hipótese que levantei é equivocada? Será que as mulheres que abdicaram da maternidade, para se reafirmarem, relatam apenas o lado bom da opção? Ou falta sinceridade aos casais com filhos? Parece-me contraditório, no mínimo paradoxal, que todos estejam certos.

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domingo, 12 de maio de 2013

SEXO SEM EMPREGADA DOMÉSTICA

Com o aumento do custo do emprego doméstico no Brasil, muitas famílias de classe média estão tendo que dispensar seus empregados.  Frequentemente é a esposa que assume as tarefas tradicionalmente femininas ─ limpar, passar, cozinhar e cuidar das crianças ─ enquanto o marido se limita a fazer pequenos consertos e atender eventualidades. Outras vezes, o homem e a mulher dividem mais igualitariamente as tarefas do lar.

Nos Estados Unidos, onde esse fenômeno ocorreu há mais tempo, já se pesquisou sobre suas consequências. Vejamos uma:

Estudo com 4.500 casais americanos revelou que a frequência de relações sexuais do casal diminui quando o marido assume parte das tarefas domésticas tradicionalmente femininas. Nos casos extremos, a frequência cai mais de 30% quando ele executa a totalidade dessas tarefas e fica acima da média quando fica completamente fora delas.

Você que já estava decido a dispensar sua empregada doméstica, agora, vai refletir melhor?

Fonte: Scientific American, abril de 2013, Of Lust and Lysol, pag. 10.
Foto: © Aniram | Dreamstime.com
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quarta-feira, 24 de abril de 2013

JUSTIÇA OU VINGANÇA? - II

Menos de 15 horas após publicar a última postagem fui ao cinema com a família ver Chamada de Emergência com a Halle Berry. É bom entretenimento, sem ser um grande filme. Não vou entrar em detalhes para não estragar o suspense de quem for assistir, mas a história ilustra lindamente o quanto a vingança é percebida como mais justa que a Justiça. A plateia sai de alma lavada!

Ilustração: © Civaliv | Dreamstime.com

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terça-feira, 23 de abril de 2013

JUSTIÇA OU VINGANÇA?

O mais primitivo senso de justiça é a vingança: quem faz o mal deve sofrer para que não reincida e para que sua punição desestimule o próximo a se portar mal.

O sentimento de vingança é legítimo para a vítima e para os que a amam, mas não para o Estado civilizado. No entanto, a Justiça ainda guarda muito de vingança.

A sociedade brasileira é reconhecidamente negligente com a segurança. Aqui no Rio de Janeiro onde a Operação Lei Seca é feita à noite, no almoço, as pessoas bebem e saem dirigindo como sempre fizeram e na revista Veja desta semana, pag. 106, um executivo chinês comenta sobre o Brasil: O ambiente de trabalho e a qualidade de vida são melhores que na China. O único ponto fraco é a segurança.

Nos dias seguintes à tragédia de Santa Maria, a onda fiscalizatória que varreu o Brasil flagrou centenas de estabelecimentos públicos e privados cometendo negligências semelhantes às investigadas no sul. E por que os responsáveis por esses outros fatos provavelmente não serão julgados pelo risco de matar que assumiram? Porque não houve o acaso que transforma o risco em tragédia.

A condenação “exemplar” dos responsáveis pelo ocorrido conforta os familiares, os amigos das vítimas e o público em geral, mas é ineficaz. Eficaz seria condenar o risco de matar, antes que as mortes acontecessem.

Pelas notícias da imprensa, parece-me que a tragédia na boate Kiss se deu muito mais pela falta de cultura de segurança do brasileiro do que por dolo.  Os empresários haviam reformado a boate para aumentar o conforto do público, o que leva a crer que não foi por economia que deixaram de atender normas de segurança. E a banda Gurizada Fandangueira não era uma Rolling Stones milionária que por ganância comprou fogos mais baratos inapropriados para o uso em ambientes fechados. Eram trabalhadores humildes que às vezes cantavam a noite por, se não me falha a memória, cachês de 80 reais. Economizaram nos fogos porque eram pobres e tinham o hábito de economizar.

O sentimento humano de vingança exige punição proporcional ao dano, embora, para combater a causa e não o efeito, seja mais eficaz punir em função do risco de dano assumido. O que, de tão incomum, chega a ser bizarro:

Suponha que um indivíduo dispare um sinalizador náutico num estádio de futebol que passe a centímetros da cabeça de um torcedor sem outra consequência que o susto. Agora suponha que alguém faça o mesmo, mas que, por azar, o projétil atinja a cabeça do torcedor, matando-o. São comportamentos iguais produzindo resultados diferentes. Uma Justiça que punisse em função do risco de dano assumido teria que aplicar a mesma pena aos dois fogueteiros.

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quarta-feira, 3 de abril de 2013

A DISCRIMINAÇÃO COMEÇA NO BERÇO


A mulher, assim como outras fêmeas mamíferas, produz um leite muito mais rico em nutrientes quando gera um filho do que quando tem uma filha.

Por que a mãe cometeria semelhante injustiça com suas meninas? As razões são evolutivas:

·         Na Pré-História, enquanto se desenvolvia a espécie humana, a comida era escassa. Ao amamentar, a mãe doava uma parte importante de suas gorduras e proteínas para a criança pondo em risco a própria sobrevivência.

·         Nos humanos ancestrais, como é comum no mundo animal, existia a figura do macho-alfa, o macho mais forte do bando que garante para si exclusividade sexual sobre as fêmeas.

·         Quando a mulher tem um filho homem, sua natureza biológica “sabe” (por seleção natural) que para ele gerar descendência terá de ser macho-alfa. Para tal, ela não pode medir sacrifícios.

·         Já quando espera uma menina, sua natureza “sabe” que basta a filha sobreviver para que possa se reproduzir. Por que se exaurir produzindo leite “tipo A” se o “C” é suficiente?

Fonte: Revista Scientific American, dezembro de 2012, pag. 13.
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quinta-feira, 14 de fevereiro de 2013

O SEXO EM TEMPO DE INTERNET

A revista Veja desta semana traz como matéria de capa a “revolução sexual e comportamental promovida pela internet” onde destaca o “Bang with Friends” uma nova aplicação para o Facebook em que as pessoas podem marcar, em segredo, os amigos com os quais gostariam de ir para a cama. Toda vez que houver interesse recíproco, o programa avisa às duas pessoas por e-mail. Assim, a futura abordagem se dá sem medo de rejeição.

É interessante notar que, apesar da tecnologia, a sexualidade humana continua obedecendo a raízes evolutivas ancestrais: como na espécie humana o encargo reprodutivo da mulher é maior, seu desejo sexual é despertado principalmente por homens que demonstrem aptidão para permanecer ao seu lado e ajudá-la a criar possíveis filhos; ao homem, para quem é mais fácil se eximir das responsabilidades paternas, interessa tanto a mulher com quem queira constituir família quanto aquela com quem deseje apenas prazer momentâneo. Por isso, a mulher costuma ser sexualmente mais seletiva que o homem.

Na reportagem da revista, relata-se o caso de dois jovens ─ amigos de Facebook que não se conheciam pessoalmente ─ que hoje estão namorando graças ao pontapé inicial do “Bang with Friends”: o rapaz marcou 800 amigas e a moça escolheu apenas sete candidatos. Ela também tinha centenas de amigos-virtuais, mas, conforme prevê a teoria darwinista, fez uma seleção bem mais criteriosa.

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