sexta-feira, 23 de março de 2012

POR QUE A MULHER GANHA MENOS?

Outro dia, soube que, nas mesmas funções e com as mesmas qualificações, a mulher americana ganha 19% a menos que o homem e a brasileira 30%. As causas apontadas foram as de sempre: a sociedade é machista, conservadora, etc. No debate (na tevê), ninguém se lembrou de incluir as peculiaridades das naturezas feminina e masculina.

Numa época em que tanto se fala em redução de custos, não faria sentido as empresas pagarem mais aos homens, a troco de nada, se as mulheres fossem igualmente eficazes. As empresas pagam menos à mulher, dentre outras razões, porque têm que compensar o custo extra que a condição feminina impõe ao negócio, como o custo de substituição da empregada que sai de licença maternidade. Note que o período de licença no Brasil é mais que o dobro do americano, o que explica, em parte, nossa maior defasagem salarial.

Um colega de meu filho acidentou-se na escola e desmaiou. Avisado por telefone, o pai disse que não podia ausentar-se do trabalho e deixou o atendimento ao menino por conta do colégio. A mãe não foi localizada, mas se fosse, provavelmente, sairia da empresa correndo para prestar socorro ao filho.

É comum o homem colocar o trabalho acima do casamento, da família e dos filhos. Em reconhecimento, é melhor remunerado pelo mercado. Mas priorizar o trabalho não é próprio da natureza feminina. Como, fisiologicamente, é a mulher que engravida e amamenta, a natureza a faz emocionalmente mais empenhada no bem-estar dos filhos e no vínculo afetivo com o homem, cujo concurso, ajuda a criá-los. Abandonar um filho a própria sorte, como no caso relatado, causa mais dor às mães que aos pais.

A diferença salarial entre gêneros vem diminuindo por causa da crescente disposição profissional da mulher. Será que, algum dia, a maioria das mães preferirá abandonar o filho acidentado a ausentar-se da empresa? Acredito que não.

Foto: © Dmytro Konstantynov | Dreamstime.com

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