quarta-feira, 31 de julho de 2013

ATÉ PARECE QUE O PAPA LÊ MEU BLOG!

Historicamente, o casamento tinha o objetivo precípuo de criar filhos.

Por falta de terminologia específica, outras uniões também são denominadas casamento (coloquialmente e legalmente). No entanto, no sentido tradicional estrito, a relação de casais que não querem filhos ou que ainda não sabem se os querem não seria casamento, por mais amor e compromisso que haja.

Ter ou não filhos é questão que a mulher costuma deixar para depois dos 30 anos de idade e o homem, para mais tarde ainda. O que nos leva a crer que a maioria dos jovens não se une com o objetivo de ter filhos.

Perguntado sobre o divórcio, o Papa Francisco, citando a opinião de um cardeal, respondeu: “... a metade dos matrimônios é nula porque as pessoas se casam sem maturidade ou porque socialmente devem se casar. A questão da anulação do casamento deve ser revisada.” (1)

O que se vislumbra nessa resposta é que, de alguma forma ainda a ser definida, a Igreja Católica pretende resgatar o sentido original do casamento, como expus acima (e propusera em 2009(2)). Em decorrência, a união sacramental dos casais que se separam sem filhos seria anulada pela Igreja porque o casamento não teria se consumado. O católico assim divorciado estaria livre para futuro casamento religioso. Todavia, seguindo na mesma linha de raciocínio, nada mudaria para os casais com filhos.

(1) Jornal O Globo, edição de ontem, página 8.
Ilustração: © Daniel Ghioldi | Dreamstime.com

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