quarta-feira, 9 de novembro de 2011

FINA ESTAMPA: REALISTA OU FANTASIOSA?

Em Fina Estampa, Esther é casada há anos com um homem estéril. Quando finalmente resolve ser mãe, não tendo mais idade para gerar filhos, decide submeter-se ao implante de embriões produzidos in vitro com óvulos e espermatozoides doados por desconhecidos. Se o procedimento tiver sucesso, vai parir um bebê que não será seu filho biológico, nem do marido.

A solução de Esther parece irreal, mais normal seria ela adotar uma criança. Mas a novela apenas antecipa o futuro, quando não haverá mais crianças disponíveis para adoção e a fertilização in vitro tornar-se-á menos dispendiosa e mais eficaz. Nos países desenvolvidos, o acesso a informação, aos métodos contraceptivos e ao aborto legal praticamente acabou com o nascimento de candidatos à adoção.

Além de beneficiar crianças e pais adotivos, a adoção resolve um problema dos doadores. Mas a doação de esperma e óvulo não resulta em benefício para os doadores, a menos que recebam contrapartida financeira, que é proibida no Brasil, mas permitida em vários países: Estados Unidos, Espanha e Israel, por exemplo.

A “solução de Esther” já é sucesso onde o comércio de gametas foi legalizado (http://www.istoe.com.br/reportagens/100342_TURISMO+DA+FERTILIDADE).

Foto (© Monkey Business Images | Dreamstime.com): médico retira óvulos de ovário utilizando ultra-som.
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