segunda-feira, 22 de setembro de 2008

POR QUE GOSTAMOS DE FICÇÃO?

© Mkoudis / Dreamstime.com
Contar histórias é uma tradição antiqüíssima, com registros escritos nas mais variadas línguas arcaicas. Qualquer comportamento que se repita independentemente de época ou cultura, como fazer ficção, provavelmente, tem alguma função evolutiva.
Inventar personagens e enredos é uma forma de equacionar dramas humanos de forma simulada. Assim como os pilotos treinam em simuladores de vôo antes de decolarem aeronaves de verdade, inventamos casos preparando-nos para a eventualidade de ter de enfrentá-los, seja produzindo literatura, teatro, cinema, novelas de tevê... ou fazendo fofoca. A maledicência começa como difamação e acaba descambando para calúnia, porque apenas a ficção é capaz de testar agravantes para além do caso real.

Este texto foi extraído, de forma bastante livre e simplificada, de artigo que está sendo veiculado na edição on-line da Scientific American: “The Secrets of Storytelling: Why We Love a Good Yarn.” http://www.sciam.com/article.cfm?id=the-secrets-of-storytelling

― 012 ―

terça-feira, 9 de setembro de 2008

A GUINADA EM "A FAVORITA"

Dreamstime.com
Em junho comentei neste blog que, aparentemente, a novela A FAVORITA retomava o tema de SENHORA DO DESTINO: a embate entre mãe biológica e adotiva, entre o amor verdadeiro e o falso. Esse tipo de enredo deve-se a crença infundada de que o amor entre pais e filhos decorra dos “laços de sangue” entre eles.
Mas roteiro de A FAVORITA deu uma guinada: a mãe biológica revelou-se malévola e a adotiva uma pessoa pura que, caluniada e execrada por todos, continua amada pela filha.
Esse sentimento da filha está de acordo com a psicologia evolucionista. O amor entre pais e filhos é um sentimento que se desenvolve com o convívio. Depois de anos juntas, vivendo incontáveis situações familiares, é razoável que o amor entre mãe adotiva e filha esteja consolidado a ponto de resistir à calúnia.

― 011 ―

quinta-feira, 4 de setembro de 2008

CAUSAS GENÉTICAS PARA... PROBLEMAS NO CASAMENTO?

© Kjpargeter / Dreamstime.com
A Agência Reuter noticiou terça-feira passada os resultados de uma pesquisa realizada por cientistas suecos e americanos do “Karolinska Institute” que acompanharam 552 pares de gêmeos suecos e suas esposas. O estudo foi motivado por outro, anterior, que concluíra que uma variante genética, um alelo, era responsável por significativa diferença comportamental em ratos: os que possuíam a variação conhecida como 334 eram promíscuos e os que não a possuíam formavam casais estáveis. Como semelhante variação também ocorre em humanos, os cientistas resolveram estudar seus possíveis efeitos, e apuraram:
1) Os homens com alelo 334 tinham relacionamento marital mais fraco que os sem o alelo.
2) 30% dos homens com alelo 334 não estavam casados contra apenas 17% dos sem o alelo.
3) 34% dos homens com duas cópias do alelo 334 relataram crise matrimonial no último ano de casamento contra apenas 15% dos sem o alelo.

Os cientistas alertam que o assunto requer aprofundamento. Todavia, é mais uma evidência em prol da psicologia evolucionista: se um único alelo pode influenciar o comportamento humano, o que não dizer, por exemplo, da diferença genética entre homens e mulheres?

― 010 ―