quinta-feira, 30 de outubro de 2008

CAMILLE PAGLIA

© Scott Maxwell / Dreamstime.com

Até parece que minha postagem “ATENÇÃO MOÇAS!” de 1° de outubro pautou a entrevista da consagrada feminista para revista CLAUDIA de novembro, sob o título “ELA TEM RAZÃO”:

“Claudia: Atualmente você se tem debruçado sobre a questão maternidade versus carreira. Por que esse dilema chamou sua atenção? Camille Paglia: A líder feminista Gloria Steinem, que não tem filhos, disse que as mulheres poderiam “ter tudo”: uma carreira de sucesso e, mais tarde, filhos, se assim desejassem. Mas suas seguidoras se esqueceram da natureza e ignoraram a ciência. A fertilidade da mulher é alta na juventude. Mas começa a apresentar problemas com o passar do tempo, notadamente por volta dos 35 anos. Além disso, tanto a mãe quanto o pai têm mais energia para cuidar das crianças quando jovens. O problema vem da natureza, e não da sociedade: biologicamente, a principal sobrecarga ao dar à luz um bebê recai nas mulheres — durante a gravidez, amamentação e nos primeiros anos de infância. Ou seja, essa opção deveria ser explicitamente discutida no processo de educação das mulheres. As jovens deveriam ser instigadas a refletir sobre que tipo de vida gostariam de levar aos 20, 30 e 40 anos. No momento, nas universidades de elite americanas, jovens talentosas são agressivamente pressionadas a construir grandes carreiras profissionais, como se fossem homens. Mas elas têm que ter todas as questões que rodeiam a maternidade postas na mesa. As jovens que querem ter uma família podem tirar um tempo livre no começo de suas carreiras para se dedicar a esse projeto? Elas devem colocar em risco os avanços no trabalho? Nos Estados Unidos há uma série de ensaios e memórias de mulheres bem sucedidas entre os 40 e 50 anos que expressam arrependimento por não terem tido filhos declarando que se sentem agora isoladas e sozinhas. Evidentemente que elas foram atacadas por feministas que dizem que ser mãe ‘full time’ é um desperdício. Mas, sob uma perspectiva espiritual, o sistema de carreira moderno não deveria ser venerado. As pessoas não deveriam ser definidas pelo trabalho. A educação das crianças é um ato criativo e crucial em qualquer civilização.”

PS: Recentemente, Camille Paglia visitou Salvador, adorou a cidade e fez elogios rasgados ao trabalho da Daniela Mercury como cantora e dançarina, que ela considera muito mais amplo e eclético que o da Madona. Vale a pena conferir: http://www.salon.com/opinion/paglia/2008/06/11/hillary/index2.html

― 018 ―

segunda-feira, 27 de outubro de 2008

MULHER ASPARGO?!

© Mikoo / Dreamstime.com
Já que falei sobre dieta na última postagem, “é bom lembrar que nem sempre o padrão de beleza foi tão sacrificante para a mulher. Divas do cinema imensamente sensuais como Marilyn Monroe não eram magras. E as Vênus e Afrodite retratadas na pintura clássica hoje teriam vergonha de seus corpos balofos. Embora tenhamos aprendido a admirar a magreza, ela não é naturalmente bonita. Magreza denota subnutrição e o que nosso instinto animal vê como belo é a aparência saudável que prenuncia uma boa capacidade reprodutiva. É por isso que as magricelas podem ser elegantíssimas, matar suas amigas de inveja, mas nunca serão consideradas ‘gostosas’ pelos homens.” Já reparou como as boazudas do funk são chamadas de mulher 'melancia’, ‘melão’ e ‘jaca’, nunca de mulher 'aspargo’ ou ‘batata-palito’.

O texto entre aspas foi extraído do livro “Dá trabalho ser feliz, mas vale a pena”.

― 017 ―

sexta-feira, 17 de outubro de 2008

UMA DIETA “DEFINITIVA”

© Florida80 / Dreamstime.com
Li na VEJA desta semana reportagem sobre um livro com uma dieta autodenominada “definitiva”. Todo ano, chegando o verão, aparecem livros de dieta. Seria esse o último?
Antes da invenção da agricultura e da criação animal, a natureza humana desenvolveu a gula, que nos fazia engordar nos momentos de fartura para que pudéssemos sobreviver aos períodos de escassez.
É normal ser guloso. Para se conter, não basta força de vontade, é preciso conhecer os mecanismos que nos fazem engordar. Por exemplo, ao conseguir as calorias que o organismo necessita, o aparelho digestivo fabrica o hormônio PYY que, chegando ao cérebro, vai produzir sensação de saciedade. Isso demora cerca de 30 minutos, período em que continuamos comendo para acumular reservas de gordura corporal. Ou seja, o hábito de comer salada ao final das refeições favorece a decantada elegância dos franceses. Em casa, eles “preparam apenas uma porção de prato principal por pessoa. Por exemplo, para cinco pessoas fazem cinco bifes, cinco porções de arroz, etc. Depois que cada um come sua cota, serve-se salada à vontade. Portanto, enquanto espera pela saciedade, o francês come salada, que tem poucas calorias. Nós brasileiros fazemos o contrário, começamos pela salada e depois, enquanto o PYY não faz efeito, repetimos arroz, feijão, batata... Alimentos que engordam.”

O texto entre aspas foi extraído do livro “Dá trabalho ser feliz, mas vale a pena”

― 016 ―

quinta-feira, 9 de outubro de 2008

A ORIGEM DA FELICIDADE

© Andreas Meyer / Dreamstime.com
Nos comentários à postagem “Atenção moças” discutimos se os filhos seriam motivos, principalmente, de tormento ou felicidade. O debate deu-se em tão alto nível que me motivou a reproduzir reflexões sobre a origem da felicidade que fiz em “Dá trabalho ser feliz, mas vale a pena”:
Não é de hoje que é bom ser bom. Na época das cavernas, o caçador generoso que doava aos vizinhos a carne excedente de suas caçadas acumulava créditos de gratidão para quando a sorte lhe faltasse. Sendo solidários, esses caçadores e seus familiares tinham mais chances de sobreviver e deixar descendentes.
Assim, passados de pais para filhos, os genes que propiciam as virtudes e o amor chegaram aos dias atuais.
Da natureza animal herdamos o prazer que recompensa atos alimentares e sexuais. Mas, para incentivar comportamentos como o amor e as virtudes, em algum momento da evolução humana surgiu a felicidade. Creio que ela seja um sentimento exclusivamente humano. O animal sente prazer e dor, mas não é feliz ou infeliz, porque lhe falta capacidade mental para avaliar sua qualidade de vida presente, refletir sobre o passado e ter preocupações ou esperanças futuras.
A meu ver, a felicidade é resultado de dois passos evolutivos. O primeiro, dado provavelmente por um ancestral nosso e dos macacos, é a capacidade de sentir desejo e prazer por atitudes de preservação da espécie sem recompensa imediata. Já se observou um chimpanzé arriscar sua vida entrando num lago para salvar um semelhante que se afogava. Algum desejo o motivou e, presume-se, algum prazer o recompensou (“orgulho” pela boa ação?). O segundo passo evolutivo indispensável à felicidade foi dado exclusivamente pelo ser humano ao adquirir a habilidade de memorizar e prever sentimentos.
A felicidade é um estado de espírito que resulta da situação atual, de expectativas futuras e da memória do bem-estar do passado. Embora os requisitos emocionais para a felicidade tenham se estabelecido na Pré-História, os meios materiais para sua popularização vieram apenas com o desenvolvimento tecnológico da modernidade. Na Idade Média, por exemplo, metade das crianças morria antes dos cinco anos de idade e mais de 99% dos adultos eram miseráveis, ignorantes e esfomeados que, sem acesso a saneamento básico e remédios, adoeciam com freqüência. Era uma vida sofrida. Apenas as elites, uma parcela ínfima da população, viviam períodos de felicidade. Mesmo assim, era preciso muita sorte, porque reis e rainhas também não tinham água tratada, esgoto, vacinas, antibióticos, anestésicos, etc.

― 015 ―

terça-feira, 7 de outubro de 2008

BELEZA FEMININA: OLHOS GRANDES

Divulgação
Minha mulher e eu levamos nosso filho de 10 anos à exposição “Corpo humano real e fascinante” que está no Museu Histórico Nacional no Rio de Janeiro. Penso que ele tenha aprendido mais sobre o assunto que em todas as aulas do colégio. Ficou fascinado, uma experiência inesquecível!
Dentre outras, havia a informação de que os olhos atingem seu tamanho definitivo na infância, ao contrário dos outros órgãos. Portanto, crianças e adolescentes têm olhos comparativamente maiores que adultos.
De acordo com a psicologia evolucionista, o que nossa natureza vê como “beleza” são sinais de boa saúde, prenúncio de fertilidade: simetria facial, pele macia, cabelos sedosos, bom corpo, alegria de viver, etc. Além desses dotes todos, beldades como a Juliana Paes ainda têm olhos enormes para acentuar a aparência jovem.

― 014 ―

quarta-feira, 1 de outubro de 2008

ATENÇÃO MOÇAS!

© Theodor38 / Dreamstime.com
Querem ser financeiramente independentes, profissionais de sucesso e, mais tarde, ter filhos? Cuidado! Não se esqueçam de que vocês não são homens.
Ultimamente, tem saído na mídia estatísticas que parecem ser da “Síntese de Indicadores Sociais 2008” que deve estar por sair. Fui ao portal do IBGE e encontrei apenas a síntese anterior (2006). Mas pelo que já foi publicado, vemos que: aumenta o número de jovens casais sem filhos — provavelmente, por razões econômicas —, aumenta o número de divórcios e, dentre os divorciados, muito mais homens do que mulheres se casam novamente.
Sei que piso em terreno minado, todavia, prossigo.
“Amor e desejo existem para perpetuar a espécie”. “O que nos atrai no sexo oposto são indícios instintivamente percebidos de que o indivíduo pode gerar ou criar os filhos que nossa natureza quer ter.” É por isso que, depois dos quarenta anos, quando a fertilidade da mulher decai abruptamente e a do homem não, é muito mais difícil para a mulher voltar a se casar.
Lembre-se de que “amor e desejo existem para perpetuar a espécie”. “Nossa natureza não conhece o planejamento familiar. Jovens que não procriam geralmente se separam. O amor que os une enfraquece para que tentem se reproduzir com outros parceiros. Eu diria que é arriscado retardar a vinda dos filhos por mais de três ou quatro anos.” “Ter filhos solidifica a união dos casais”.
Moça, se você e seu marido estão apostando em suas carreiras profissionais e postergando a vinda dos filhos, pense bem, quanto mais tempo passar, maior é a probabilidade de você ficar sozinha e vê-lo se casar e ter filhos.

Os textos entre aspas foram extraídos de “Dá trabalho ser feliz, mas vale a pena”.

― 013 ―