Como explicar o sucesso estrondoso do livro? Vi uma opinião interessante da terapeuta Regina Favre no programa Metrópolis da tevê
Cultura de São Paulo (assista pelo link abaixo) que poderíamos resumir assim:
Até a década de 1960, a
grande meta da mulher era encontrar e reter um homem que a protegesse (e a quem
ela ficava submissa). Depois da liberação feminina, a mulher ainda não
encontrou um novo modelo de realização pessoal. O modelo de liberdade total que
Amy Winehouse simbolizou é assustador, pois juntamente com a fama e a fortuna
vem o risco de morte.
O sucesso do livro,
segundo a terapeuta com 35 anos de experiência clínica com mulheres, deve-se à
proposição de um novo modelo de realização pessoal feminino: independência na
vida pública (no trabalho, etc) e submissão, por um homem que valha à pena, entre
quatro paredes.
No reino animal, o sexo mais forte fisicamente sempre predomina
sobre o mais fraco, assim, é da natureza do homem dominar e da mulher submeter-se.
A conquista da independência feminina, como efeito colateral, subtraiu das
mulheres poder de reter os homens (apenas levá-los para cama é bem mais fácil). 50 Tons de Cinza sugere uma alternativa
que, ao ser tão bem recebida pelo público feminino, reafirmaria o que muitas mulheres
têm dificuldade de aceitar: que não são somente eles que gostam de dominar, elas
também gostam, e muito, de ser dominadas.
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