domingo, 25 de outubro de 2009

NOVA ARMA PARA EMAGRECER

© Valua Vitaly | Dreamstime.com

Todos sabemos o quão importante é o controle de peso para a saúde e beleza. Em meu Dá trabalho ser feliz, mas vale a pena, lê-se à pag. 26:

O PYY é outro hormônio importante. Ele leva a mensagem de saciedade do aparelho digestivo ao cérebro e nos faz parar de comer. As carnes nos saciam porque são ricas em proteínas, que estimulam a produção de PYY. Num futuro próximo, vamos controlar nosso apetite com comprimidos de PYY sintético. Por enquanto, o jeito é comer gelatina diet, que é praticamente proteína pura. Meio quilo tem apenas 40 Kcal, menos do que num único biscoito cream-craker.

A previsão de que “num futuro próximo, vamos controlar nosso apetite com comprimidos de PYY sintético” está se realizando. Veja a reportagem do jornal O Globo de sexta-feira passada:

A droga, chamada liraglutida, é a primeira de uma série de remédios contra obesidade que imitam a ação de um hormônio produzido naturalmente no intestino, reduzindo o apetite.

O estudo foi conduzido com 564 adultos, com índice de massa corporal superior a 30 (obesos), tratados em 19 hospitais na Europa... Aqueles usando as doses mais elevadas de liraglutida (3 mg) perderam, em média, 7,2 quilos em 20 semanas, comparados com aqueles que perderam 2,8 quilos com placebo e 4,1 quilos com orlistat (princípio ativo do Xenical).

Os especialista ressaltam, porém, que o alto custo do remédio ― cerca de U$ 830, no mínimo, por um suprimento para seis meses ― pode limitar seu uso.

Portanto, enquanto o preço da liraglutida não baixar, continua valendo minha recomendação para consumir gelatina diet, que produz hormônio de saciedade no organismo a baixo custo.

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domingo, 18 de outubro de 2009

HOMEM-PAVÃO

Ao longo da evolução da espécie, o pavão macho desenvolveu uma imensa cauda para “fazer bonito” e seduzir as fêmeas mais facilmente. Tal aparato diminui sua mobilidade geral, mas cumpre o objetivo: já foi observado que os pavões com maiores caudas tem mais atividade sexual e geram mais descendentes. O que agora se percebe é que o mesmo acontece com o macho humano.

Por que os músculos do homem são tão maiores que o das mulheres? Em parte os homens lutam e caçam. Mas também, talvez, porque mulheres gostam de homens capazes de fazer bem essas coisas, e, por isso, são atraídas por homens musculosos.

Os homens precisam consumir 50% a mais de calorias para realizar o mesmo que as mulheres e, quanto mais musculosos são, mais calorias gastam. Seu sistema imunológico também é menos efetivo que o das mulheres e piora quanto mais musculoso ele for. Em compensação, uma pesquisa que seguiu 12.000 americanos durante 6 anos comprovou que, quanto mais musculoso é o homem, mais cedo ele inicia sua vida sexual e mais parceiras tem.*

Ou seja, como acontece com a cauda do pavão, a musculatura vistosa mais atrapalha que ajuda, mas, sexualmente, vale a pena.

* Extraído resumidamente da edição on-line de The Economist: http://www.economist.com/sciencetechnology/displaystory.cfm?story_id=14302009

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terça-feira, 13 de outubro de 2009

IGNORÂNCIA?

O que Darwin diria sobre a psicologia evolutiva, uma área de estudo inspirada na teoria da seleção natural?

…há um certo exagero na tentativa de provar que tudo na sociedade tem origem evolutiva. Um exemplo desagradável: pela lógica da evolução, o estupro pode ser compreendido como uma forma mais eficiente de um macho propagar os seus genes...

Parece um religioso fundamentalista falando, mas foi extraído da entrevista à última Veja de Steve Jones, professor da University College London que está lançando o livro A Ilha de Darwin.

Se “há um certo exagero na tentativa de provar que tudo na sociedade tem origem evolutiva”, se a origem do que a civilização transforma não é natural, seria o quê? Sobrenatural?

É falso afirmar que “pela lógica da evolução, o estupro pode ser compreendido como uma forma mais eficiente de um macho propagar os seus genes”. Muitas espécies com dimorfismo sexual têm o estupro como estratégia reprodutiva. Uma dentre várias. A psicologia evolutiva apenas observa que os humanos não são exceção. Em vez de usar a observação para desqualificar, prefiro encará-la com seriedade, veja um exemplo neste blog: http://datrabalhoserfeliz.blogspot.com/2009/03/estupro-de-criancas-e-drama-diario.html.

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terça-feira, 6 de outubro de 2009

JOGA PEDRA NA GENI

© Agnieszka Pastuszak - Maksim | Dreamstime.com
Joga pedra no casamento, ele é feito para apanhar, ele é bom de cuspir¹. Toda colunista descasada ― solteira, divorciada, namorada de solteiro que “não se decide”, amante de homem casado ou simplesmente desesperada ― fala mal do casamento em suas crônicas. É patético.

Por razões evolucionistas, por mais independe que seja a mulher, é de sua natureza apreciar a proteção masculina; por razões culturais², ter um homem é um aval para suas qualidades femininas. Machismo? Mas a sociedade e as próprias mulheres são machistas.

No ensino médio, tive um professor de desenho bizarro. Ele não dava prova, afirmava saber quem era bom aluno. Nunca reprovou alguém, até que um dia:
― André, como você está em matemática?
― Ih professor, estou mal, acho que vou ficar de segunda-época.
― Física, química e português?
― Enrascado.
― André, vou reprová-lo, que é mais uma chaga para um pobre Lázaro?
Também vou jogar pedra no casamento: se ele ao menos enaltecia a mulher, está perdendo essa qualidade.

O casamento era uma aposta do homem na mulher, ou melhor, na deusa com quem queria viver para o resto da vida e por quem valesse a pena correr o risco da divisão patrimonial. Lembre-se de que os casamentos eram feitos em comunhão de bens e de que tudo conspira para o homem ser mais bem sucedido economicamente que a mulher.

A lei equiparou a união estável ao casamento com comunhão parcial de bens. Inclusive o namoro, pois não é preciso coabitar. Resultado: o casamento passou a ser visto como um seguro: “Namoro essa mulher e amanhã ela leva metade de tudo que eu ganhar. De jeito nenhum, vou me casar com separação de bens.” E assim, o casamento perdeu a antiga pureza.

1. Adaptado de Geni e o Zepelin de Chico Buarque.
2. A cultura, não raro, é uma causa secundária que expressa causas primárias naturais.

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