quinta-feira, 28 de janeiro de 2010

A EXCEÇÃO

Teoricamente, exceções não têm o poder de negar as regras, mas, na prática, são vistas conforme a conveniência: se a regra conforta ou nos é indiferente, a exceção não tem grande valor; se nos aflige, é o contra-exemplo que buscávamos para invalidar sua universalidade. Por exemplo:

Preceito evolucionista: A juventude é especialmente sedutora na mulher porque indica fertilidade, sendo menos importante para o homem cuja capacidade reprodutora é mais longeva. O que significa que a atratividade feminina cai acentuadamente após a idade fértil, embora, a mulher moderna consiga postergar esse fenômeno através de uma série de cuidados que a fazem parecer mais nova do que, naturalmente, pareceria.

Fato: Há mulheres que conseguem novos envolvimentos bem depois de terem perdido a capacidade de reproduzir.

O que pensam as jovens inteligentes, como as que acompanham este blog: O preceito tem lógica, se os homens fossem indiferentes à fertilidade feminina, a espécie humana provavelmente estaria extinta. O fato de coroas poderosas fisgarem jovens em busca de oportunidades e de outras conseguirem pares em sua faixa etária não invalida a regra geral.

O que imaginam as idosas iludidas: É óbvio que os homens preferem as mais jovens, mas se a Suzana Vieira não tem dificuldade para conseguir novos amores, qualquer sessentona conservada como eu pode arranjar um.

(Na realidade, é possível mulheres de mais de 60 anos conseguirem novos amores, mas é pouco provável. Resta saber o que é melhor, se o realismo de quem acredita na improbabilidade ou o idealismo de quem não acredita. O realismo enseja menos culpa por não encontrar um par e menos esperança de encontrar. O idealismo, mais culpa e mais esperança.)

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sexta-feira, 15 de janeiro de 2010

POR QUÊ?

© Toddtaulman | Dreamstime.com
Na postagem anterior afirmamos que a visão é suficiente para despertar a excitação masculina enquanto a feminina geralmente depende de uma conjugação mais complexa de fatores. Afirmamos também que o senso crítico masculino sofre queda mais acentuada que o feminino durante as preliminares do ato sexual. Haveria uma explicação evolutiva para tais diferenças? Sim.

(Lembre-se de que a argumentação a seguir refere-se a instintos sexuais que se estabeleceram na espécie humana antes da civilização.)

Como a mulher arca com o maior ônus na reprodução da espécie, sua natureza procura fazer sexo com homens que demonstrem compromisso e capacidade para ajudá-la a criar o possível filho. A boa aparência não é suficiente para sinalizar tais aptidões. Como o homem tem tempo após o ato sexual para decidir assumir (ou não) a paternidade, sua libido precisa avaliar apenas se a mulher é saudável: o que é feito vendo se ela é bonita de cara e de corpo. E o senso crítico masculino é menor porque sua responsabilidade no ato também é menor.

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terça-feira, 12 de janeiro de 2010

FUNCIONA ENGANAR O HOMEM?


© Sophie Asselin | Dreamstime.com
Vale a pena usar sutiã e calcinha que levantam e dão volume aos seios e bumbum ou cinta elástica que esculpe a silhueta e esconde gordurinhas para seduzir um homem se na hora “H” tudo será despido? A realidade nua e crua não será demasiadamente decepcionante, incapacitando-o de prosseguir? Sim e não, respectivamente.

Sim: A excitação masculina é essencialmente visual ao contrário da feminina que é mais múltipla.

Não: Diferente do senso crítico feminino, o masculino cai quase a zero com a excitação. Embora, ao acordar na manhã seguinte, o homem volte a ser crítico.

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domingo, 3 de janeiro de 2010

IGUAIS E DIFERENTES

© Young-sun Teh | Dreamstime.com
Queremos ser, ao mesmo tempo, iguais e diferentes. É paradoxal: somos iguais para reforçar a identidade de grupo e diferentes para reafirmar nossa individualidade.

Animais gregários têm que reconhecer facilmente os membros de sua unidade de autodefesa e solidariedade, que para nós humanos, inicialmente é a família e depois se amplia nas comunidades de relacionamento social e profissional. Mas temos de nos destacar para nos mostrar mais dignos do investimento amoroso (reprodutivo) do próximo. É a seleção natural darwinista zelando pela sobrevivência e reprodução da espécie.

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