Historicamente, o casamento tinha o objetivo precípuo de
criar filhos.
Por falta de terminologia específica, outras uniões também são
denominadas casamento (coloquialmente
e legalmente). No entanto, no sentido tradicional estrito, a relação de casais
que não querem filhos ou que ainda não sabem se os querem não seria casamento, por
mais amor e compromisso que haja.
Ter ou não filhos é questão que a mulher costuma deixar para
depois dos 30 anos de idade e o homem, para mais tarde ainda. O que nos leva a
crer que a maioria dos jovens não se une com o objetivo de ter filhos.
Perguntado sobre o divórcio, o Papa Francisco, citando a opinião
de um cardeal, respondeu: “... a metade dos matrimônios é nula porque as
pessoas se casam sem maturidade ou porque socialmente devem se casar. A questão
da anulação do casamento deve ser revisada.” (1)
O que se vislumbra nessa resposta é que, de alguma forma
ainda a ser definida, a Igreja Católica pretende resgatar o sentido original do
casamento, como expus acima (e propusera em 2009(2)). Em decorrência, a
união sacramental dos casais que se separam sem filhos seria anulada pela
Igreja porque o casamento não teria se consumado. O católico assim divorciado
estaria livre para futuro casamento religioso. Todavia, seguindo na mesma linha
de raciocínio, nada mudaria para os casais com filhos.
(1) Jornal O Globo, edição de ontem, página 8.
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