sexta-feira, 15 de abril de 2011

O RESCALDO EMOCIONAL DAS TRAGÉDIAS

O tema foi recolocado na ordem do dia pela tragédia na escola de Realengo no Rio de Janeiro. Quem morre sofre perda absoluta. Mas o que acontece aos parentes e amigos que sobrevivem?

A questão é muito estudada nos EUA porque, além desse tipo de acontecimento ser mais frequente por lá, é um país guerreiro em que famílias perdem jovens em combate.

Embora o sentimento imediato seja de dor irreparável, pesquisas revelam que, decorridos 6 meses, menos de 10% dos envolvidos ainda apresentam distúrbios de estresse pós-traumático (depressão, ansiedade, dificuldade para dormir, etc).

As entrevistas foram gravadas em vídeo para que as contrações involuntárias dos músculos orbiculares (ao redor) dos olhos, conhecidas como expressões de Duchenne, pudessem confirmar se a expressão facial do entrevistado refletia uma emoção real ou apenas conveniência. Isso porque as pessoas costumam exagerar no relato dos sintomas de pesar, até como forma de expressar melhor o amor pelas vítimas.

O fato é que o cérebro humano tem mecanismos para restabelecer seu equilíbrio sempre que o estado emocional suba ou desça demais. Graças a eles, o estresse acaba, mas a lembrança triste e a saudade perduram.

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