domingo, 11 de dezembro de 2011

FINA ESTAMPA: REALISTA OU FANTASIOSA - 2?

Li hoje na Revista da TV de O Globo que nos próximos capítulos Guaracy “garante que assumirá o filho que Esther está esperando”.

Nas novelas da Globo é fácil para as grávidas encontrarem homens dispostos a namorá-las e assumir seus filhos (de outros homens) em gestação. Não é preciso sair do horário das 21:00 h. para colher mais exemplos: Em “A Favorita” ― protagonizada por Cláudia Raia e Patrícia Pilar, esta no papel de uma psicopata  ― a jovem Mariana (Clarice Falcão), grávida de outro, conquista o adolescente Shiva (Miguel Rômulo) e o namoro resiste ao crescimento da barriga e ao nascimento do bebê. Em Insensato Coração ― com Débora Seco no papel da periguete que se casa com um banqueiro do mal ― a mocinha Cecília (Giovanna Lancellotti) engravida do mau caráter Vinícius (Thiago Martins) e, grávida dele, reata o namoro com seu grande amor, Rafael (Jonatas Faro).

Na vida real, namorar uma  mulher sabidamente grávida de outrem, embora possível, seria a última das escolhas masculinas, opção de quem não tem outra alternativa, não do Guaracy, um homem bonito e relativamente bem sucedido.

Tal consideração é antipática às mulheres, mas cabível, em se tratando de um blog evolucionista: no ambiente de escassez em que viveram nossos ancestrais, o macho que aceitasse o risco de criar filhos de outros machos poderia não ter recursos suplementares para criar seus próprios filhos e não conseguir passar seus genes adiante. Embora o discurso do homem tenha se modernizado rapidamente nas últimas décadas, seus sentimentos, sujeitos à mutação no ritmo lento da evolução das espécies, permanecem os mesmos dos séculos XX, XIX, XVIII...

Já imaginou que bom seria se a mulher pudesse engravidar a seu bel prazer ― de quem quisesse e quando quisesse ― sem nenhum prejuízo para sua capacidade de amar e ser amada por outros homens? Os novelistas imaginaram.

Foto: © Rqs | Dreamstime.com

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