terça-feira, 21 de dezembro de 2010

ESTÍMULO & PUNIÇÃO

Os seres vivos são movidos por estímulos e desestímulos que favorecem a sobrevivência da espécie. Assim é a lógica da seleção natural que permite a existência da vida . Embora nem sempre seja fácil identificar-se os propósitos de preservação da espécie nas atitudes humanas, certamente, nós também somos movidos por estímulos e desestímulos.

O que as famílias abastadas devem fazer para educar seus filhos?

Bater não, é politicamente incorreto e, depois da lei da palmada, ilegal. Proibir de sair? Ineficaz, jovens se encontram nos sites de relacionamento social. Inibir o uso do computador, da tevê, do videogame ou de qualquer divertimento específico? Dentre tantos a seu dispor, que diferença faz? Se é difícil punir o mal-feito, que tal estimular o bem-feito? Prometer trocar um equipamento eletrônico de penúltima geração pelo de última? Oferecer mais uma viagem para quem já viaja todas as férias? Seria suficiente para, por exemplo, motivar um filho indolente a estudar?

O jovem moderno não tem consciência do muito que lhe é dado, por mais que os pais tentem lhe mostrar. Seu bem-estar lhe parece absolutamente natural.

Conheço um pai, cujo filho abandonou o ensino médio, que tirou todo supérfluo do jovem. Dinheiro, nem mais um tostão. Cartão de crédito, nem pensar. Proibiu que se comprasse qualquer coisa para ele, inclusive roupas e calçados, enquanto tivesse o que usar por mais puído, gasto ou fora de moda que fosse. Comer, somente em casa. Os pontos de tevê por assinatura, de Internet e o ramal telefônico do quarto foram sumariamente cortados. Proibido de usar os carros da família e sem dinheiro para o transporte coletivo, para sair de casa, só a pé. O rapaz, tinhoso, aguentou seis longos meses nessa vida monástica antes de implorar para voltar ao colégio com juras de empenho absoluto.

É bom viver num mundo cada vez mais abundante, mas é preciso repensar estímulos e punições.

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