domingo, 5 de dezembro de 2010

REVISITANDO O PASSADO

Fomos assistir ao musical Hair, sucesso da década de 1970 que fala de hippies. Há 40 anos era uma temática ousada, hoje está velha. Apesar da remontagem esmerada, minha mulher e eu não resistimos à vontade de ir embora no intervalo.

O tóxico da moda era o alucinógeno LSD, droga mística cujo barato era libertar as pessoas de suas mesquinhas realidades para que pudessem flutuar no espaço e ver e se comunicar livremente com o mundo metafísico imaginário.

O movimento hippie morreu, acredito que definitivamente. Os alucinógenos foram combatidos pelas autoridade e caíram em desuso recreativo e científico. Mas, recentemente, voltaram às pesquisas.

É sabido que experiências místicas podem suscitar mudanças duradouras nos indivíduos tornando-os mais benevolentes para consigo e com o próximo mais propensos a aceitar a vida como ela é. Alcoólatras, fumantes e outros consumidores compulsivos reportaram terem vencido seus vícios após serem profundamente afetados por uma experiência mística (genuína, sem drogas).

Agora os cientistas estão querendo descobrir se experiências místicas induzidas por alucinógenos teriam semelhante efeito. Os primeiros resultados não são definitivos, mas apontam nesse sentido. Pacientes terminais de câncer mostraram-se menos ansiosos e com melhor humor muitos meses depois da sessão em que lhes foi administrado um alucinógeno.

Essas pesquisas são especialmente promissoras porque, embora os alucinógenos possam ser usados abusivamente e colocar em risco a segurança do usuário, eles não são considerados drogas viciantes típicas, pois não induzem ao consumo compulsivo, nem causam síndrome de abstinência quando retirados. Ou seja, não causam dependência química.

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Um comentário:

Sylvia Pozzobon disse...

Flávio,

Eu IA assistir Hair... desisti depois que você me disse que teve vontade de ir embora no intervalo. Em Cats eu tive a mesma vontade, fora o sono e os pequenos cochilos que tirei no meio da peça. Muito longa e lenta. Não gostei e acho que não iria gostar também do Hair.

Au revoir!
À demain!

Sylvie