
A Revista Veja desta semana traz uma reportagem contando que pesquisadores ingleses e brasileiros teriam identificado, em estudos independentes, "o gene do otimismo", responsável pelo transporte da serotonina, neurotransmissor associado a sensações de bem-estar e felicidade. Quem possui determinada variante desse gene seria mais otimista. A reportagem acrescenta que estudos preliminares indicam que 40% da população brasileira tem essa variante do gene contra apenas 16% dos ingleses. Parece-me natural que as populações descendentes de imigrantes sejam realmente mais otimistas, pois o imigrante é necessariamente um otimista. Tem que acreditar muito na fortuna para se mudar para uma terra estranha, com muito pouco dinheiro, sem a proteção social de parentes e amigos, sem entender a língua local ― como os italianos, alemães, japoneses, árabes, etc que vieram para o Brasil ― e, ainda assim, acreditar que a vida vai melhorar.
É uma descoberta curiosa, mas enquanto não existe uma terapia genética capaz de implantar o gene do otimismo em quem não o possua, o que a ciência teria a nos aconselhar? A revista não diz, mas eu digo em “Dá trabalho ser feliz, mas vale a pena”. Aqui, falo sobre o assunto na próxima semana.
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