
“A vida moderna, curiosamente, pode estar tornando as relações de amizade mais masculinizadas”, especula a reportagem de capa da Veja desta semana.
Os homens geralmente têm mais relacionamentos, as mulheres, mais amigos. Como fez a revista, recorro à psicologia evolucionista para explicar: na Pré-História, a mulher vivia basicamente na comunidade cuidando da casa e dos filhos enquanto o homem saía em expedições para explorar, caçar ou guerrear. Elas passavam muito tempo juntas se ajudando e se conhecendo; eles se uniam conforme a necessidade de cada empreitada e, com o tempo, conseguiam vasta rede de relacionamentos funcionais. A situação se manteve na sociedade tradicional, a mulher continuou cuidando do lar, cultivando vínculos estáveis de amizade na família, na escola e na vizinhança e o homem saindo para trabalhar e investindo em relações profissionais ao sabor das circunstâncias.
Na sociedade moderna, com a entrada no mercado de trabalho, as mulheres se obrigam a cultivar extensa rede de relacionamentos profissionais e lhes sobra menos tempo e disposição para as amizades pessoais. Para suprir a lacuna afetiva, aderem em peso aos sites de relacionamento na Internet, mas os vínculos, embora pessoais, carecem da almejada profundidade.
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