quarta-feira, 1 de julho de 2009

OBA, É A CARA DO PAI!

© Juan Carlos Tinjaca |Dreamstime.com
Se a maternidade é certa e a paternidade incerta é evolutivamente razoável que o amor materno seja incondicional e o paterno seja assombrado pela dúvida: será que o filho é meu? De fato, os homens privilegiam os filhos que lhes são parecidos.

A experiência foi feita por cientistas americanos no Senegal, onde a poligamia é permitida. Na poligamia, o poderoso tem harém e falta mulher para o homem comum, o que resulta numa comunidade propícia à infidelidade de esposas negligenciadas com homens solteiros.

Trinta famílias com pelo menos dois filhos entre 2 e 7 anos concordaram em participar de uma pesquisa em troca de equipamentos agrícolas e material escolar. Foram tiradas fotos individuais de pais e crianças e recolhidas camisetas suadas deles. As fotos de cada criança e de três possíveis pais foram mostradas para 100 desconhecidos tentarem associar pais e filhos. E trezentos novos desconhecidos procuraram identificar o pai da criança pelo olfato comparando cada camiseta infantil a duas alternativas paternas.

Pais e mães foram individualmente entrevistados para se apurar o quanto os homens se dedicavam aos filhos. A partir de dados objetivos como o tempo que o pai passava com cada um de seus filhos, quanto dinheiro davam à mãe de cada um deles (lembre-se de que são famílias poligâmicas), etc, os pesquisadores tabelaram o investimento paterno em níveis crescentes de -4 a +4. A média de investimento paternal nos filhos que se pareciam e cheiravam como seus pais foi +1 e a dos outros foi -1. E esse cuidado paterno se refletiu diretamente no estado de nutrição (no peso) das crianças.

Concluindo, o amor paterno depende da convicção de paternidade, o que, realmente, faz diferença na qualidade de vida das crianças. Chocante!

Baseado no artigo Like father, like son publicado na revista The Economist da semana passada.

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