
Se dá trabalho ser feliz, é mais cômodo ser infeliz. Óbvio! Para quem gosta de viajar, por exemplo, o que é mais cômodo, fazer malas, enfrentar aeroportos, dormir em camas estranhas, se comunicar em língua estrangeira ou ficar em casa refestelado no sofá assistindo tevê? Para quem gosta de jogar futebol também dá mais trabalho organizar o evento e jogar do que, simplesmente, dormir até mais tarde.
Vejamos outra situação hipotética, agora de comodidade emocional, não física. Não é cômodo para a celebridade, que já foi sexy, aos sessenta e tantos anos, aceitar que os jovens a vêem apenas como uma simpática vovó. Avó bem vestida, bem cuidada, plastificada, alourada, maquiada, mas avó. É cômodo confundir a atração da popularidade com desejo. Para provar-se ainda sexy ela conquista um jovem ambicioso interessado em sua fama e fortuna que a faz infeliz. O caso termina em tragédia, mas ela sobrevive. Para não suportar o incômodo de admitir que envelheceu, é capaz de repetir a experiência e continuar infeliz. Como vi no twitter de alguém: “sucesso é conseguir o que se quer, felicidade é gostar do que conseguiu.”
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