quarta-feira, 3 de junho de 2009

A ANGÚSTIA DO HOMEM

© Carlos Santa Maria | Dreamstime.com

Li na revista Veja desta semana a entrevista de um psicanalista sobre a angústia do homem contemporâneo. Ele especula sobre Darwin, mas demonstra total incompreensão do darwinismo. Atribui a angustia masculina à dificuldade de manter os papéis de provedor e aventureiro, que seria uma herança cultural do século XIX. Afirma que “não existe um homem que consiga ter uma vida sexual sem que ela seja organizada por fantasias” e acrescenta que “isso é muito difícil de ser entendido pelas mulheres”. Que tolice!

De acordo com o darwinismo, a sexualidade e o sentimento humanos se formaram na Pré-História juntamente com a própria espécie e, portanto, não são herdados de comportamentos do século XIX. E fantasias são apenas acessórias ao sexo, até parece que o homem precisa elaborá-las para sentir desejo por uma mulher atraente.

No reino animal, salvo raríssimas exceções, o sexo fisicamente mais forte domina, como a hiena-fêmea, o leão e o homem. O homem não se angustia por perder o papel de provedor ou de aventureiro, como supôs o psicanalista, ele se angustia com a perda da dominância. Quando a mulher prepondera no casal ― porque ganha mais ou por outra razão qualquer ― o homem fica infeliz e seu desejo por ela diminui.

Por quê? Que fazer? (continua na próxima semana)

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