sábado, 12 de dezembro de 2009

GUERRA DOS SEXOS

Cada célula nossa tem 23 pares de cromossomos. Em cada par, um é herdado do pai, outro da mãe. Basicamente, os genes funcionam em pares materno-paterno. Somariam forças? O mecanismo ainda não é completamente entendido pela ciência, mas já se sabe que a guerra dos sexos começa aí. Alguns genes são marcados* para permanecerem inativos pela mãe e outros pelo pai de acordo com a conveniência de cada sexo.

Pela lógica da seleção natural, nossos ancestrais desenvolveram comportamentos para passar o máximo de seus genes para as futuras gerações. Homens e mulheres querem reproduzir com vários parceiros: elas procuram uma diversificação mais qualitativa, devido ao enorme investimento que cada filho lhes exige; eles, mais quantitativa, por razões opostas.

Como a paternidade é incerta, é do interesse evolucionário masculino gerar uma criança que consuma o máximo de recursos da mãe, em detrimento de irmãos que podem ser filhos de rivais. Como a maternidade é certa, é do interesse da mãe que nenhum filho a exija a ponto de prejudicar a chance de sobrevivência dos outros.

Pesquisas indicam a marcação genética como um instrumento desse conflito: mães tornam inoperantes os genes que promovem crescimento ou comportamento demandante nos filhos e pais, os genes que freiam essas funções. Portanto, herda-se o apetite do pai e a resistência à gula da mãe. Uma feminista diria: se você for gordo, é culpa do pai; se for magro, é mérito da mãe.

(*) marcados por uma molécula extra.


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